Scania aposta em alta modesta no mercado de caminhões em 2019

Silvio-Munhoz_diretor_Comercial_da_Scania_no_Brasil

por Roberto Queiroz

A continuidade do aquecimento da economia nacional segue como principal pilar para a projeção

Mesmo após os resultados de 2018 terem surpreendido as previsões mais otimistas da época, dos primeiros resultados positivos no desempenho comercial de sua Nova Geração de caminhões e na previsão de continuidade do aquecimento da economia nacional, a Scania mantém previsões cautelosas sobre o comportamento em 2019 de seu mercado competitivo, de caminhões acima de 16 t (semipesados e pesados). Para a montadora, o bolo deverá crescer em 2019 entre 10% e 20% na comparação com o ano passado, embora essa estimativa ainda não contemple as consequências pelo abandono do mercado pela Ford, que detinha 12% de participação.

“Estamos confiantes e animados com os desafios para 2019”, afirma Silvio Munhoz, diretor Comercial da Scania no Brasil. “Neste primeiro semestre, faremos lançamentos regionais da Nova Geração com a rede”. Em cerca de três meses após o início das vendas, a Scania contabiliza pouco mais de 3 mil pedidos firmes. Munhoz acrescenta que  as primeiras 300 unidades já foram faturadas e esse volume de 3 mil caminhões deverá estar nas mãos dos clientes até agosto, comentando que a elasticidade nos prazos de entrega é definida pela programação dos clientes.

Mesmo com uma previsão de quebra na safra de grãos da ordem de 3,5%, ele diz que “o agronegócio continuará protagonista. Já foram encomendadas mais de 1 mil unidades da Nova Geração para o transporte de grãos em 2019. ”

Um ano bom

O ano passado agradou muito a companhia, por conta dos consistentes resultados de vendas. Na faixa acima de 16t – semipesados e pesados) – foram emplacados 8.643 caminhões, uma alta de 50,2% em comparação com 2017. A participação de mercado chegou a 16,4%. A indústria registrou 52.654 veículos (2018) versus 32.289 (2017).

Só nos pesados, o aumento da Scania foi de 63,8%, com a comercialização de 8.028 caminhões contra as 4.901 unidades do exercício anterior. A participação foi de 23,1%. A indústria registrou 34.782 veículos (2018) versus 18.745 (2017). Já nos semipesados foram 615 novas unidades da marca e 3,4% de participação. A indústria emplacou 17.872 produtos (2018) contra 13.544 (2017). “A Scania cresceu 50,2% acima de 16t e 63,8% nos pesados”, informa.

Outra boa notícia da marca foi o desempenho do modelo R440. De acordo com o ranking da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), o R 440 foi o caminhão mais emplacado de toda a indústria em 2018. Com as 4.492 unidades registradas, ele também liderou a categoria dos pesados (13% de participação). Ele se tornou o segundo caminhão Euro 5 mais emplacado da história da indústria. Somando todas as vendas do R 440 desde o lançamento, em 2012, até janeiro de 2019 já foram 31.436 unidades, ultrapassando o lendário T 113 H 4X2 360 (19.314 unidades).

Roda de diálogo

No evento Perspectivas 2019, a Scania promoveu uma roda de diálogo com clientes do segmento de caminhões, destacando suas experiências com os caminhões da marca nos negócios de cada um.

Atílio Contatto representou a Transportadora Contatto – especializada em transporte de produtos químicos, e que opera uma frota de 325 caminhões, com dois terços deles sendo Scania. O executivo mostra-se otimista sobre o que esperar em 2019. “O nosso foco é carga perigosa, como gás, combustíveis e fertilizantes. Tivemos um desempenho muito positivo nos últimos anos, com players dando mais oportunidades para a Contatto. Com isso, conseguimos alcançar ótimos resultados. Em um período de seis anos, os últimos três foram ainda melhores”, revela.

Contatto prevê crescimento de 19% no transporte de produtos químicos em relação a 2018, incremento que está condicionado não só à demanda dos clientes, mas também à melhoria do cenário econômico. “Não me incomodo com possíveis turbulências, que são normais em nosso negócio. O que me preocupa é o que será feito daqui para frente”, afirma Contatto. Ele defende maior previsibilidade para o setor, para que a empresa tenha condições de se programar. Um exemplo é a necessidade de transparência na tabela de preço mínimo de frete.

O outro integrante da roda de diálogo, Adelino Bissoni, comanda a Botuverá, que atua no agronegócio e é também produtor rural. “Nossa operação no Mato Grosso é bastante severa, com estradas precárias e sem asfalto e, por isso, precisamos de veículos resistentes”, afirma. O empresário adianta que a expectativa de colheita da próxima safra é boa, embora os problemas de logística limitem um pouco a operação. “Colhemos 60 mil toneladas de grãos e esse volume pode chegar a 120 mil nos próximos cinco anos. Só não colhemos 300 mil toneladas por questões logísticas”, afirma. “Hoje, Mato Grosso representa 25% da produção de grãos do Brasil.”

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