Marmon Motor: uma breve história da Rolls-Royce dos caminhões

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Conhecido como o Rolls-Royce dos caminhões, a Marmon foi uma montadora estadunidense de caminhões que se destacou pelo altíssimo grau de acabamento de seus produtos, produzidos artesanalmente. Mas, este foi um sonho que durou poucas décadas, assim como muitas outras marcas que morreram porque não tinham a robustez financeira dos grandes conglomerados automobilísticos.

Dessa forma, a falta de uma rede pulverizada de concessionários pelos Estados Unidos, bem como a baixa capacidade de investimentos frente as montadoras de maior sucesso, como a Freightliner, Peterbilt, Mack, International, Western Star, Kenworth e Volvo, fizeram com que a Marmon não tivesse mais condições de concorrer ao mercado.

Em fevereiro de 1997, o último caminhão Marmon saiu da linha de montagem em Garland, no Texas. Era o modelo 125 DHR com distância entre eixos de 6.350 milímetros. Seu motor era o Detroit Series 60 de 470 cv e a transmissão Rockwell de 10 marchas. Vinha com suspensão Hendrickson 40 LH. A fábrica de Garland foi comprada pela Navistar.

Mas, vamos voltar ao começo de tudo. Os Marmons foram projetados e montados, pela primeira vez, em Indianápolis, no estado da Indiana, de 1960-1963, na fábrica Marmon-Herrington, que havia sido a antiga fábrica de montagem da extinta montadora de automóveis de luxo, Duesenberg, até 1937.

Devido a um mercado fraco e pequena rede de revendedores, o Grupo Marmon decidiu vender sua linha de caminhões para Adrian Roop, que a mudou para Denton, no Texas. Isso aconteceu em 1963, quando a Marmon Motor Car Company deu lugar a Marmon Motor Company, dando continuidade aos famosos designs de caminhões premium da Marmon-Herrington.

Infelizmente, apenas oito caminhões foram produzidos em 1964. Todas as unidades foram vendidas para a Space Corporation, que transferiu a produção para sua fábrica em Garland, Texas.

Curiosamente, quando a Marmon vendeu sua produção de caminhões rodoviários, eles licenciaram o nome Marmon apenas para caminhões vendidos na América do Norte. Isso resultou em nada menos do que quatro outros emblemas de modelo sendo projetados para caminhões com destino ao exterior.

Em 1973, a Marmon lançou uma cabine convencional para completar o seu portfolio e, em 1981, apresentou a nova geração dos modelos COE, que fez com que as vendas aumentassem para mais de 900 caminhões por ano. Mas, as vendas voltaram a despencar e a marca passou a negociar cerca de 370 caminhões por ano, especialmente por causa da queda nas exportações.

Em 1995, os modelos COEs já eram considerados ultrapassados e os convencionais formavam a maior parte da produção de Marmon. Mas, as vendas iam de mal a pior. A International Harvester alugou duas das três linhas de montagem que operavam na fábrica de Garland e, em 1997, a decisão da Space Corporation de alugar a última linha de montagem Marmon restante acabou sendo bom negócio.

Mesmo antigos, ainda é possível ver alguns de seus caminhões participando de feiras e eventos pelos Estados Unidos. É difícil encontrar, mas algumas unidades seguem em circulação por rodovias norte-americanas.

A Marmon Motor durou por 34 anos e seus caminhões eram incrivelmente bons. Feitos a mão e com peças de altíssima qualidade, ofereciam o melhor conforto de cabine e excelente desempenho para os caminhoneiros que tiveram o privilegio de dirigir essa verdadeira máquina. Caminhão gourmet? Pode ser. Mas, o fato é que os caminhões Marmon habitavam o imaginário e eram o sonho de consumo de grande parte dos motoristas.

Como já dissemos, o sonho acabou por questões econômicas. Todas as montadoras estadunidenses foram absorvidas por grandes conglomerados, como as marcas Peterbilt e Kenworth, que fazem parte do Grupo Paccar; da Mack, que faz parte do Grupo Volvo; das marcas Western Star e Freightliner, que integram a Daimler Trucks; e a International, que foi absorvida pela Navistar e que, hoje, já faz parte do Grupo Traton. A Marmon não teve a mesma sorte, mas marcou história no transporte de cargas estadunidense.

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