Agrale em quase 60 anos de história

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Os primeiros 59 anos de história da montadora nacional Agrale contados através de uma linha do tempo com os marcos mais importantes da trajetória da empresa que tem sua sede em Caxias do Sul (RS).

A seleção Brasileira de futebol ganhava a sua segunda copa do mundo, em 1962, no Chile. Naquele tempo, o Brasil era considerado o país e atraia o investimento de muitas novas empresas estrangeiras. Mas, a história que vou contar para vocês, ela eh bem brasileira e começa na região sul.

Em 14 de dezembro de 1962, a Agrale é fundada com a denominação de Agrisa – Indústria Gaúcha de Implementos Agrícolas S.A., em que produzia motocultivadores e seus motores diesel.

Em 14 de outubro de 1965, o Grupo Francisco Stedile adquire o controle acionário da Agrisa, transferindo-a para Caxias do Sul e alterando sua denominação para Agrale S.A Tratores e Motores.

Em 1968, houve o lançamento do microtrator de quatro rodas Agrale 415, primeiro trator fabricado no Rio Grande do Sul, considerado um marco no processo de mecanização da agricultura familiar brasileira. Esta máquina segue, ainda hoje, no portfólio da montadora em versão muito mais moderna, chamada de linha 4100. Aquele ano ainda marcou a produção inicial de 2 novos modelos de motores a diesel estacionários, de um e dois cilindros.

Em 1975, a Agrele ampliou a sua capacidade de produção com a inauguração de fábrica própria, hoje denominada Unidade 1, atual centro administrativo, unidade montadora de tratores e motores, além de produtora de componentes.

Em 1982, deu início a comercialização do caminhão Agrale TX 1100, precursor da atual família de veículos Agrale, que soma mais de 100.000 unidades produzidas desde então. Infelizmente, mesmo que o produto siga no portfólio da empresa, a falta de capacidade de investimentos na continua modernização de seus caminhões e de expansão da rede de concessionários, faz com que os produtos deste segmento sejam, praticamente, traço no Ibope e amargam o ostracismo do mercado. Mesmo com custo de aquisição competitivo, clientes de todo o Brasil tem dado preferência para caminhões de montadoras mais robustas economicamente.

Mas, voltando para a linha do tempo da Agrale, em 1983, foi iniciada a produção de motocicletas e ciclomotores, após a aquisição da fábrica de ciclomotores Alpina e do acordo com a italiana Cagiva SPA, alienada em maio de 2006, dos quais foram produzidas 100 mil unidades.

Em 1985, ocorreu uma nova ampliação da capacidade produtiva através da inauguração da denominada Unidade 2, em Caxias do Sul, unidade de montagem de veículos.

Em 1986, a produção de motocicletas e ciclomotores começou com a aquisição da fábrica de ciclomotores Alpina e do acordo com a italiana Cagiva SPA, descontinuada em maio de 2006. Foram produzidas 100 mil unidades.

Chega o ano de 1988, em que a Agrale se antecipou ao conceito do Mercosul e firmou acordo com a empresa Deutz, (Alemanha e Argentina), que dá início à fabricação de tratores pesados “Agrale Deutz”, no Brasil, e dos caminhões “Deutz Agrale”, na Argentina.

Em 1990, a montadora inaugurou a Unidade 3 para a fabricação de cabines e componentes.

Já em 1996, a Agrale promoveu o desenvolvimento dos primeiros chassis projetados especialmente para micro-ônibus, que a partir de 1998, também passam a equipar os veículos Volare. Com este produto, a Agrale se tornou líder de mercado no segmento.

No ano seguinte, em 1997, lançou uma nova gama de tratores agrícolas médios, atual linha 5000, como consequência de um acordo com a Zetor Tractors a.s., fabricante europeia de tratores e motores a diesel.

Em 1998, a montadora estadunidense de caminhões médios e pesados, International Trucks, do Grupo Navistar, que hoje pertence ao Grupo Traton, iniciou a montagem de seus produtos na fábrica da Agrale. A parceria acabou em 2013 com a saída da Navistar do mercado brasileiro após uma sucessão de erros estratégicos que subestimavam as características do transporte de cargas no Brasil. A passagem da International pelo Brasil, talvez tivesse tido uma reviravolta positiva se a joint-venture NC2 em parceria com a Caterpillar não tivesse acabado logo após a concretização do acordo. Um capitulo bizarro na história das duas empresas, mas que nada tinha a ver com a Agrale, que somente locava a sua capacidade fabril.

Ainda em 1998, Agrale e Marcopolo se uniram para o fornecimento do chassi para montagem dos micro-ônibus Volare.

Em 2004, aconteceu um dos maiores marcos na história da montadora, que foi o lançamento da família de viaturas 4×4 Agrale Marruá, destinadas para o uso pelas forças Armadas e de segurança, bem como na área civil e em serviços pesados, como os de mineração, reflorestamento, manutenção de redes, etc. Lembro que, em 2015, fiz uma reportagem super bacana com o Marruá, em que acompanhei um dia de operações da Guarda Florestal de Jundiaí na famosa Serra do Japi, no interior Paulista, bem como também fui visitar a linha de montagem em Caxias do Sul e dirigir o modelo em severas condições do fora-de-estrada. Confesso que foram experiências sensacionais e uma das reportagens que eu mais gostei de ter escrito, onde pude comprovar toda a robustez e versatilidade do Marruá. Esse sim, é um veículo aonde outros não chegam, inclusive, a badalada Hummer perde em aspectos operacionais, mas ganha em acabamento e conforto interno.

Também em 2004, a Agrale apresentou ao mercado o seu Midibus, uma inovadora linha de chassis para ônibus médios, complementando a linha de chassis leves.

Em 2006, foi lançado o primeiro trator brasileiro a admitir o uso de biodiesel.

Em 2007, ocorreu o lançamento do caminhão 13.000, marcando a entrada no segmento de médios e a ampliação da linha Midibus, com o novo chassi 15 toneladas.

Em 2008, se deu o início das Operações da Fábrica da Agrale Argentina S.A, em Mercedes, Província de Buenos Aires, onde a Agrale é vice-líder no segmento de ônibus.

Em 2009, Agrale apresentou o ônibus híbrido, diesel/elétrico, chamado de “Hybridus”, que entregava uma redução de até 20% na emissão de poluentes para os padrões da época. Também foi lançada a Linha de Tratores Compact.

Em 2011, a montadora badalou o mercado com a nova Geração de Caminhões Agrale 2012 com a entrada da nova motorização Euro V para veículos comerciais. Lembro que foi um dos destaques da Fenatran daquele ano.

Em 2012, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio + 20 , foi apresentado o Agrale Marruá Elétrico, projeto desenvolvido em conjunto com a Itaipu Binacional e a Stola do Brasil. Outros fatos importantes foram o lançamento do chassi para ônibus MA 17 e a comemoração dos 50 anos da empresa.

Em 2013, a nova Linha 500 de Tratores Agrale, o novo Trator 5105 e o Caminhão Agrale Marruá AM 41, destinado às Forças Armadas, foram apresentados. A montadora atingiu dois importantes marcos em sua história ao superar as 80 mil unidades de tratores produzidas e 100 mil veículos montados. Aconteceu, ainda, o início da produção dos tratores Agrale na fábrica da Argentina, sendo desenvolvido, primeiramente, o modelo BX 6110.

Em 2014, a Agrale assinou o protocolo de intenções com o Governo do Estado do Espírito Santo e a Prefeitura de São Mateus para a instalação da fábrica Agrale no município de São Mateus. A linha de tratores 500 cresceu com o lançamento do modelo 540.4.

Em 2015, a nova geração do utilitário 4×4 Agrale Marruá foi apresentada, assim como o novo trator 4233, que foi primeiro trator isodiamétrico produzido no Brasil. Outra novidade importante foi o trator 7215, com 215 cv, que passou a ser o modelo de maior potência fabricado pela marca e desenvolvido para atender a agricultura empresarial, inclusive ao plantio de precisão. Naquele ano, também ocorreu a entrega dos primeiros chassis de ônibus produzidos na nova fábrica de São Mateus (ES). Em caminhões, a Agrale apresentou a Linha A formada pelos modelos A7500, A8700 e A10000.

Em 2016, a Agral deu de início da montagem de caminhões leves da Linha A na fábrica de São Mateus – ES.

Em 2018, a Agrale unificou a identidade visual da linha de tratores.

Em 2019, fez o lançamento do Agrale Marruá AM200 Cabine Dupla blindado, veículo direcionado ao uso, principalmente, das Forças Armadas e de Segurança Pública. O modelo oferece proteção balística Nível III ‘Plus’, o que caracteriza maior proteção aos tripulantes durante ações e missões de segurança.

Atualmente, a nova FNM produz os seus caminhões elétricos na planta de Caxias do Sul.

Em 2022, a Agrale chegará aos seus 60 anos de história.

Uma empresa tao importante para a indústria do nosso pais, o que falta para ser um orgulho nacional, tal como foi o Gurgel? Nas ultimas décadas, muito se especulou sobre possíveis compradores da Agrale, que se manteve firme e forte e segue operando de forma independente.

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