Fizemos quase 13 km/l com a Maverick. Tá bom ou quer mais?

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por Gustavo Queiroz

Não faz muito tempo eu tirei uma semaninha de férias e minha família e eu resolvemos cair na estrada. Foi um role de cerca de 420 km entre São Paulo, capital, e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, mais 420 km do percurso de volta, mais 160 km somados entre duas viagens de ida e volta entre balneário e o parque de diversões Beto Carrero World, em Penha. Além disso, rodamos mais um pouco para outros passeios e refeições.

A protagonista de todas essas aventuras foi a picape Ford Maverick, um veículo que custa cerca de R$ 235 mil e que garantiu o conforto de três pessoas nos percursos mais longos, mas que chegou a transportar quatro adultos e duas crianças com razoável conforto em trechos curtos.

Já que estamos falando de conforto, preciso falar sobre o banco do motorista que possui ajuste elétrico de oito posições e diferentes combinações de altura e inclinação, bem como um ajuste lombar que foi bastante útil para mim, especialmente nas viagens mais demoradas. Este privilégio, no entanto, se basta ao motorista, já que o passageiro deve ajustar o seu banco, de seis posições, manualmente.

As duas zonas de ar-condicionado foram ideais nestes longos trechos, pois garantiram o conforto de vento e temperatura ideal para motorista e passageira, enquanto a criança no banco de trás aproveitou um ambiente temperado pelos adultos.

Os bancos possuem revestimento Premium em tom pastel no couro, tornando o ambiente interno bastante agradável. Mesmo o que era acabamento em plástico nas portas e outros detalhes apresentavam aparência sofisticada e amigável. Motorista e passageiro tinham a disposição um quebra-sol com espelho e iluminação. O volante revestido em couro, normalmente tido como perfumaria, também agregou em conforto nas viagens mais distantes.

Outros sistemas muito úteis de conforto foram a câmera de ré; o freio de mão eletrônico que ao leve toque de um botão ativava e desativava; a função Auto Hold, que de fato segura a picape por três segundos nos aclives, sendo o tempo suficiente para tirar o pé do freio para o pedal do acelerador. A alavanca de câmbio é, na verdade, um botão de girar para escolher entre os modos de direção, tal como o dial de um rádio. Tudo prático e intuitivo por dentro.

O desempenho da Maverick, tanto na estrada quanto na cidade foi uma grata surpresa para mim. Li em matérias que a picape atingia média de consumo de gasolina de 8,8 no ciclo urbano e de 11,1 km por litro na estrada. Mas, comigo, a picape fez 11,4 na cidade e 12,9 nas rodovias. Fiquei na expectativa de chegar aos 13 km/l, mas não foi dessa vez.

Minha surpresa se justifica pelas características da Maverick, que vem com o motor 2.0L Turbo EcoBoost GTDi com 253 cv de potência com 380 Nm de torque a 3.000 rpm, abastecido exclusivamente a gasolina. Se trata de um veículo superlativo com 5.110 mm de comprimento; 1.844 mm de largura sem espelhos e com espelhos chega a 2.134 mm. Aliás, aqui precisamos fazer um parêntese, pois os espelhos vêm com um recorte para um espelho de ponto cego. Confesso que a primeira impressão pareceu estranho, pois não estou acostumado com esse recurso em carros de passeio. Mas foi só me posicionar no banco do condutor e dar a partida para me perguntar “por que raios ninguém pensou nisso antes”? Talvez até tenham pensado, mas foi a minha primeira experiência e foi excelente. Extremamente útil tanto rodando na cidade quanto na estrada, pois tornava qualquer situação mais previsível, proporcionando uma sensação de segurança ainda mais interessante.

Mas, retomando as dimensões da picape, ela tem 1.733 mm de altura; enquanto o entre eixos é de 3.076 mm. O peso em ordem de marcha é de 1.744 kg; a capacidade de carga é de 617 kg; a capacidade de caçamba é de 943 kg. O tanque de combustível tem capacidade para 67 litros, o que foi suficiente para viajar entre São Paulo e Balneário Camboriú sem precisar reabastecer uma única vez, o que é bastante interessante, considerando que os preços dos combustíveis em postos nas estradas sempre são mais caros.

Externamente, a Maverick possui ganchos de reboque dianteiros; adesivos FX4; compartimentos extras nas laterais da caçamba; retrovisores externos com ajuste elétrico; faróis dianteiros em LED; luz elevada de freio (Brake-light); pontos e ganchos de fixação na caçamba; protetor de caçamba; rodas de liga leve de 17″; pneus 225/65 R17 all terrain; estepe full size; abridor de garrafas na caçamba, que confesso que passei batido por este recurso; engate para reboque com conector de 4 pinos; retrovisores externos com luzes indicadoras de condução.

Entre os itens de segurança, a caminhonete conta com 7 air bags (dianteiros, laterais, cortinas e joelho do motorista); alarme perimétrico; alarme de segurança com imobilizador; 3 alças de segurança dianteira/traseira; assistente de partida em rampas (HLA); cintos de segurança traseiros laterais e central de 3 pontos; cintos de segurança dianteiros com ajuste de altura e pré-tensionadores; controle automático em descidas (HDC); farol alto automático; farol automático; alerta de colisão frontal; assistente de frenagem autônoma (AEB) com detecção de pedestre/ciclista; controle eletrônico de estabilidade (ESC) e tração (TCS); freios a disco nas 4 rodas; freios ABS com EBD; ISOFIX, que são os ganchos de fixação de cadeiras de crianças e isso foi, realmente muito útil; luzes de condução diurna (DTRL); proteção inferior; sensor de monitoramento da pressão dos pneus (TPMS); travamento elétrico da caçamba.

Como vocês puderam acompanhar ao longo do vídeo, a pintura da Maverick que usamos foi na cor Azul Indianápolis.

Saímos da zona sul de São Paulo, perto da Rodovia dos Imigrantes e fomos rumo a Rodovia Regis Bittencourt, que é a BR-116, até a região de Curitiba, no Paraná, de onde partimos para a BR-101 rumo a Balneário Camboriú. Cerca de oito horas depois, chegamos ao nosso destino na Rua 1600, endereço em que alugamos um apartamento com amigos. No percurso de ida, tivemos R$ 34,50 em gastos com nove pedágios, sendo seis deles no valor de R$ 3,70, cada, e três praças no valor de R$ 4,10, cada. As despesas de retorno foram equivalentes.

Durante a viagem de ida, passamos por momentos de chuva e neblina e, mesmo nesses momentos, a Maverick nos assegurou uma boa e tranquila viagem. Na volta para São Paulo, viemos sob as condições ideais de um belo dia ensolarado. Em nenhum momento passamos por sustos significativos, fora algum motorista aqui e outro acolá mais apressado e com forma de direção mais agressiva e perigosa, mas, com a ajuda do espelho de ponto cego, ficou mais fácil de prever quem estava se arriscando mais nas rodovias.

Achei que, principalmente, os trechos de serra da BR-116 estavam mal sinalizados, tanto com relação a velocidade máxima permitida, como os avisos de radares. É melhor pecar pelo excesso do que pela falta, afinal, se o motorista não comete as infrações de trânsito por comportamento responsável é ótimo e se ele deixa de cometer por medo de ser multado não é o ideal, mas também serve. O importante é assegurar um comportamento responsável de todos, tanto no trânsito urbano, quanto no rodoviário.

E por falar em BR-101, por onde circulamos bastante, ela me traz grandes lembranças, pois cruzei os 4.700 dela de caminhão em 2013. Partimos do Km 0 em Touros, no Rio Grande do Norte, e terminamos essa jornada em São José do Norte, no Rio Grande do Sul. Mas, esta é outra história.

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