Anfir amplia ações de exportação com Projeto Comprador

Norberto Fabris, presidente da Anfir

Programa de apoio a exportação está entrando em seu terceiro ano e já contribui para a expansão dos negócios do setor

por Roberto Queiroz

A entrada do Equador na lista de clientes importadores de implementos rodoviários brasileiros é o principal fato novo no Projeto Comprador e faz parte da ação desenvolvida pela Anfir – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, com a Apex-Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, para ampliar as exportações da indústria de implementos rodoviários. Uma missão brasileira visitará o país andino em março.

Norberto Fabris, presidente da Anfir, anuncia que a ideia é “ir a todos os países na América Latina e, depois, à África, ainda em 2019.”

A 3ª Rodada de Negócios Internacionais, promovida em novembro passado em Florianópolis, SC, trazendo 18 importadores latino-americanos para dois dias de reuniões de negócios com 15 empresas associadas, está prometendo bons resultados. O programa prevê ações de suporte às vendas ao mercado externo. Para Fabris, “a Apex é um dos organismos públicos que funciona”. Anfir e Apex dividem os custos de todas as promoções conjuntas, como viagens e participação em eventos.

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3ª Rodada de Negócios Internacionais, em Florianópolis.

O encontro fez parte do Programa de Internacionalização da Indústria de Implementos Rodoviários (MoveBrazil), criado em conjunto pelas duas entidades. As empresas compradoras vieram de Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Peru, República Dominicana e Uruguai, e foram recebidos por implementadores brasileiros como Al-Ko Brasil, Frigo King, Grimaldi, HC Hornburg, Ibiporã, Kroville, Librelato, Metalesp, MGN Indústria Metalúrgica, Morumbi Industrial, Randon, Rodofrio, Sergomel, Thermo Star Equipamentos e Truckvan.

O programa de apoio à exportação está entrando em seu terceiro ano e já contribui para a expansão dos negócios do setor. O número de reboques e semirreboques vendidos ao exterior em 2018 deve atingir cerca de 3 mil unidades (o balanço ainda não está disponível). “O produto brasileiro tem grandes chances de conquistar a preferência local”, afirma Norberto Fabris.

Histórico positivo

Antes de desenvolver a fórmula das rodadas de negócios, a Anfir já registrava bons resultados em missões comerciais que visitaram Colômbia, Peru, Chile e México, até mesmo com participação de empresas brasileiras em eventos locais. Carlos Peralta, da Mercotrans, do Chile, considera o Brasil como um parceiro estratégico de negócios. “Buscamos qualidade sobretudo e não apenas preço baixo”, afirma. “As marcas brasileiras são bem conhecidas em nosso país e são bem consideradas”, reforça Andres Ferro Galvis, da colombiana Cargo Handling.

Além dessas reuniões dentro do Projeto Comprador, já foram realizadas rodadas de negócios na Colômbia e Chile, e ainda uma participação na ExpoMina, no Peru. Entre as empresas estrangeiras que já mantiveram tratativas com os exportadores brasileiros estão Alo Group, Cold Andina, Mercotrans, do Chile; Daimler Colombia, Vidrio Andino, Cargo Handling, Transportes Montejo, Juannas, El Condor,  da Colômbia; Stracongym, do Peru e, de Honduras, o Grupo Santos.

Os representantes da indústria brasileira têm variado conforme o momento e o interesse de cada empresa, caso de Fibrasil, Gascom, Grimaldi, Triel-HT, Ibiporã, Labor, Mirassol, Pastre, Rodovale, Rossetti, Truckvan, Usimeca, Bercamp, Randon, Facchini, Egsa, Soprano e Rodolinea, como interessados de primeira hora. Fabris comenta que “algumas empresas, de pequeno porte, nem sabiam o que era abrir a porta para sair do Brasil”. Em sua avaliação, a rotatividade na participação dos implementadores brasileiros no programa pode ser explicada porque “os empresários pensam de maneira diferente, e alguns não se sentiram preparados. ”

Fabris explica que, quando se abre um mercado de exportação, “é preciso ter sequência, dar atendimento, e isso significa ter representantes, oficinas de reparo. O exportador brasileiro tem de recorrer a uma empresa local, com representação comercial e também técnica. Alguns até montam estoque de peças, outros recorrem a fornecedores locais e até chineses. ”

Alguns empresários brasileiros também fizeram visitas técnicas aos compradores locais após o final da rodada. Os executivos captaram informações estratégicas importantes, como as medidas e modelos mais utilizados no mercado local, que serviriam de base para futuras ações comerciais. As vendas de implementos brasileiros tem incluído principalmente plataformas de semirreboques. “É curioso ver o costume local desses importadores comumente preferirem fazer eles próprios só a frente da caixa de carga”, comenta.

Outros implementos com boa demanda tem sido carrocerias de carga seca, graneleiros e basculantes, mas também há procura por carrega-tudo, tanques e baús isotérmicos ou frigorificados. O Chile também compra implementos florestais. As vendas de carrocerias sobre chassi acontecem de duas formas, segundo Fabris. “Ou já saem do Brasil montadas no chassi ou são enviadas para instalação pelo importador, principalmente no caso de caminhões estrangeiros, de marcas que não existem no Brasil. ”

Ação direta

A Anfir foi à Colômbia em sua primeira ação de exportação, com um grupo de 10 empresas e abriu a possibilidade de negócios da ordem de US$ 8 milhões. A missão foi a primeira do projeto Vendedor, uma das duas linhas de atuação com a Apex-Brasil. A outra é o projeto Comprador, quando são realizadas rodadas de negócios no Brasil. Participaram da comitiva Facchini, Grimaldi, HC Labor, Hübner, Ibiporã, Librelato, Metalesp, Mirassol, Randon, Rossetti, Sergomel, Takarada, Truckvan e Vitta. Nessa viagem foram realizadas 100 reuniões entre os fabricantes brasileiros e os compradores locais.

Em 2016, foram realizadas três missões comerciais (Chile, Colômbia e Peru) e, na fase chamada Projeto Comprador, 11 representantes de empresas da Colômbia, Chile, Peru e Honduras estiveram em São Paulo realizando contatos. A participação brasileira na Expominas de 2016 contou com empresas mais especializadas nesse mercado, caso de Egsa, Facchini, Grimaldi, Librelato, Randon, Rossetti e Triel HT. O retorno da empreitada ficou em US$ 6,6 milhões, em negócios com importadores do Peru.

A Rodada de Negócios no Chile, com 11 fabricantes brasileiros, foi a terceira ação empreendida, seguida por uma abordagem ao mercado mexicano em meados de 2018, que gerou uma expectativa de negócios em torno de US$ 2,7 milhões. Durante a Fenatran 2017, outro evento reuniu em São Paulo compradores de empresas da Bolívia, Colômbia, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.

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