XCMG E7-49T, PRIMEIRO CAVALO-MECÂNICO ELÉTRICO NO BRASIL

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Inédito no país, caminhão importado da China possui 282 kWh de capacidade máxima de baterias e 150 km de autonomia. Modelo é focado em frotistas com preocupações de ESG

Desde que fez sua aparição pública, durante a Agrishow, no início de maio, o XCMG E7-49T, com cabine leito teto baixo, tem despertado expectativa no segmento de logística do país. Primeiro cavalo-mecânico com PBTC de 49 toneladas a se mover unicamente com eletricidade, o modelo chinês abre uma nova opção de produto para o transporte de carga rodoviária.

A marca já havia lançado o E7-29R, outro modelo 100% elétrico, com chassi rígido e configuração 8×4, e PBT de 29 ton. Ele é o primeiro modelo de sua categoria a oferecer emissão zero de poluentes. Equipado com propulsão totalmente elétrica, não emite uma única grama de CO2 ou os temidos particulados. Essa proposta atende às necessidades de frotistas, além de dar suporte à imagem da companhia junto aos principais clientes. Com um pack de baterias, alcança uma autonomia de 150 km. Um segundo pack poderia ser instalado, caso valha a pena assumir o peso de mais 1,5 tonelada

Um caminhão-trator a diesel emite, em média, 750 gramas de CO2 por km rodado, ou seja, cerca de 225 kg por dia, se rodar somente 300 km. Isso dá cerca de 5,85 toneladas de dióxido de carbono por mês ou 70 ton ao ano. Para o frotista com diretrizes ESG a serem cumpridas, a opção pelo E7-49G torna-se natural.

O novo modelo XCMG possui PBTC (Peso Bruto Total Combinado) de 49.000 kg. O powertrain do E7-49T é formado por um motor elétrico síncrono de imã permanente, com potência de 482 cv e torque máximo de 2.000 Nm (204,1 kgfm), auxiliado por uma transmissão automatizada (AMT) de 4 velocidades. Embora o torque seja linear e, em teoria, o motor elétrico não precise de “câmbio”, as reduções das engrenagens poupam energia elétrica nas arrancadas.

O operador pode guiar o modelo da XCMG na função “Drive” ou, se preferir, comandar as trocas de marchas, através de uma alavanca seletora no console central, de forma idêntica ao que ele já está acostumado em caminhões com motores a diesel.

A montagem do motor e da transmissão é do tipo central e o powertrain utiliza um eixo cardã para transmitir a tração aos dois eixos traseiros. Embora a propulsão elétrica permita soluções diferentes como, por exemplo, a adoção do motor diretamente no eixo, os engenheiros da XCMG optaram por criar uma estrutura mecânica de eixos e suspensões com tecnologias e soluções comuns ao mercado, facilitando a eventual necessidade de manutenção.

Com baterias constituídas por ferro fosfato de lítio, possui um total de 282 kWh. O modelo apresenta um sistema de bateria que permite duas diferentes opções de recarregamento. A primeira opção, já comum em veículos elétricos, ocorre através dos sistemas de carregadores DC (corrente contínua) que, dependendo da infraestrutura disponível, pode completar a recarga em pouco mais de uma hora.

A segunda opção é bastante criativa. Adotando tecnologia “swapping”, constitui-se de um pack de baterias substituíveis. No E7-49T, as células da bateria estão concentradas em um conjunto único, instalado atrás da cabine. A “caixa” permite sua troca rápida através de um sistema automatizado, o que pode ser efetuado em pouco mais de seis minutos.

Com o auxílio de uma empilhadeira simples, o frotista desconecta o pack do caminhão, retira o conjunto completo e instala outro, carregado, com facilidade. O investimento para este sistema é vantajoso para aplicações em transportadores que necessitam de agilidade na operação de retorno do caminhão à estrada.

Nas operações com caminhões desse porte, o motorista realiza menos trocas de marchas por impor velocidades constantes, mas sempre é perturbado pelas vibrações inerentes aos motores a diesel, bem como por seu alto ruído provocado. E, ao enfrentar percursos urbanos, todos esses ruídos se multiplicam.

A alavanca seletora no console central oferece as posições Drive (com trocas manuais) ou a marcha-a-ré. E são só dois pedais: freio e acelerador, sem embreagem.

A oferta de sistemas ativos de segurança é generosa, com alerta de colisão frontal, LDWS (Lane Departure Warning System), ou sistema de aviso de saída de faixa, AEBS (Advanced Emergency Braking System), espécie de sistema semiautomático que auxilia o sistema de frenagem em emergências e ESC (Electronic Stability Control), controle de estabilidade eletrônica capaz de controlar e distribuir a pressão nas diferentes rodas do veículo.

 

 

 

 

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