A Foton acabou? Saiba o que está acontecendo com a marca no Brasil

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A Foton fechou no Brasil? Toda equipe já foi demitida e não sobrou nada e nem ninguém. Mas, tem caroço nesse angu.

A estrutura que você conhece da Foton no Brasil, de fato, não existe mais. Ela foi toda desmobilizada. Mas, isso não significa o fim da marca no Brasil. Fica comigo que eu vou contextualizar toda essa treta.

Conceitualmente, o projeto que a representação da marca tinha para o nosso mercado era muito bom. Em todas as nossas conversas e entrevistas com seus executivos, a gente podia observar uma seriedade muito grande nas suas propostas que eram totalmente verossímeis e coerentes. Dos investimentos em fábrica, tanto na de Guaíba que nunca foi materializada, como nas instalações da Gefco, que fazia bastante sentido e se mostrava muito promissora. Suas projeções de vendas prevendo o crescimento da Foton no Brasil tinham os pés no chão. Bons e experientes executivos liderando áreas estratégicas da empresa. Sem falar nos caminhões, que são bons, sim. Houve ainda aquela tacada de mestre ao absorver boa parte da antiga rede de concessionários da Ford Caminhões, a ponto de fazer a associação se transformar de Abrafor para AbraFoton.

Mas, o fato é que as vendas nunca vingaram conforme o esperado. Muitos atrasos nas remessas de caminhões da China para o Brasil atrapalhavam os negócios dos seus concessionários, que via de regra, atendiam multimarcas para que pudessem sobreviver. Afinal, se quase não tem caminhão para vender, tampouco poderiam sobreviver da frota Foton circulante, que ainda é pequena. A operação estava quebrada. Os concessionários acumulavam outros motivos de irritação com a marca, que iam desde o atraso nas entregas para os clientes em determinados momentos, como pelo fato de anteciparem os valores dos caminhões para a representação da marca e ainda terem que pagar comissão pela venda.

O fato é que o fantasma da matriz chinesa sempre esteve pairando o mercado brasileiro, já que havia a expectativa de que eles pudessem assumir toda a operação nacional para fazer a marca deslanchar por aqui. E é isso o que está acontecendo, mas por outros caminhos. Dizia-se que esse dia chegaria e que seria uma transição natural e tranquila. Mas, parece que não foi nada disso. A Foton chinesa simplesmente rompeu com os investidores brasileiros, desmobilizou toda a sua equipe por aqui e deve começar o seu trabalho, praticamente, do zero. Aliás, já iniciou a contratação de mão de obra local, mas ainda sem previsão de montagem de caminhões por aqui. Os produtos serão todos importados neste primeiro momento e por tempo indeterminado. é importante reforçar que o Brasil é um mercado importante para qualquer montadora no mundo, tanto por seu volume de vendas, como pela boa margem de lucro.

Portanto, ainda é bastante difícil dizer quais serão os próximos passos da Foton no Brasil. Mas, que deve começar por toda a sua reestruturação corporativa e comercial. Somente depois poderemos falar em novos modelos, como a tao esperada linha de médios e semipesados que fora prometida outrora, entre outros aspectos cruciais para o desenvolvimento da marca por aqui.

Por enquanto, a rede segue comercializando os modelos de 3,5, 6,5 9 e 11 toneladas com boa margem, assegurando a rentabilidade da operação.

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