Grupos Volvo e Daimler se unem por motores a células da combustível

Daimler_Volvo

Da redação

O futuro do transporte passa, necessariamente, por propulsores não poluentes. Todavia, sabemos que o desenvolvimento dessas tecnologias é muito caro e, ainda sem saber ao certo o que vai, realmente, vingar, temos visto algumas sinergias inesperadas entre montadoras com este objetivo.

O Volvo Group e a  Daimler Trucks estão unindo forças e anunciaram a formação de uma joint-venture para buscar a tecnologia de células da combustível a hidrogênio.

A nova empresa foi dividida igualmente entre as partes, que estão investindo 600 milhões de euros, cada. Somados os investimentos, estamos falando de 1 bilhao e 200 milhoes de euros. O negócio também assume todo o desenvolvimento de veículos a célula de combustível que a Mercedes-Benz vinha operando. Dessa forma, a sede dessa joint-venture fica sendo na Alemanha.

Trata-se de um projeto de desenvolvimento de longo prazo, com objetivo de atender à visão de “transporte sustentável e uma Europa neutra em carbono até 2050”.

Considerando que o Grupo Volvo e a Daimler respondem pelas operações de diversas montadoras em diferentes mercados, podemos prever os desdobramentos dos investimentos na tecnologia de célula de combustível a hidrogênio para outras marcas de caminhões e ônibus além de Mercedes-Benz e Volvo, as mais conhecidas do público brasileiro.

No mercado norte-americano, a Daimler Trucks North America responde pelas operações das montadoras Freightliner e Western Star. O grupo sueco, por sua vez, atua com as marcas Volvo e Mack naquele mercado, que também demanda por tecnologias avançadas, quase que simultaneamente com o praticado na Europa.

Aliás, nestes mercados, as holdings já testam operações com caminhões elétricos. Tratam-se dos modelos Freightliner eCascadia, Freightliner eM2 e o Volvo VNR Electric, que já fizemos vídeo para o Canal MTED e matéria para o portal www.mted.com.br

A tecnologia de célula de combustível é vista como ideal para caminhões e ônibus de aplicação rodoviária, especialmente, porque podem ser abastecidos como os veículos a diesel ao invés de necessitarem passar horas de inatividade para poder recarregar a bateria em uma tomada, ainda que seja uma estação de alta performance.

Outra vantagem se dá pelo fato de que o sistema de célula de combustível é mais leve do que as baterias, minimizando a perda da capacidade de peso do transporte.

Ou seja, enquanto a tendência do transporte urbano e de médias distâncias passageiros e de cargas deve ser, mesmo, a motorização elétrica. As aplicações de longa distância podem segui em frente com a tecnologia de célula de combustível a hidrogênio. Seja qual for a aplicação, teremos um trem-de-força praticamente idêntico entre os tipos de veículos, tendo como diferença fundamental a química que vai permitir a propulsão.

Vale reforçar que em conversas com especialistas do setor e também com as montadoras, sabemos que o futuro do transporte é por matrizes energéticas sustentáveis. Mas, dificilmente haverá uma tecnologia hegemônica e que, cada aplicação, poderá ter uma solução própria. Tanto que, hoje, já encontramos diferentes soluções de baterias dentro de uma mesma montadora. Por alto, podemos mencionar baterias de baixa densidade energética recarregadas em super capacitores ao longo do caminho, ou baterias com autonomias de centenas de quilômetros recarregáveis em tomadas.

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