Novos eixos em nova fábrica da Meritor no Brasil

Meritor

Planta Industrial de R$ 200 milhões, perto da divisa SP/RJ, será a terceira da empresa na América do Sul e representará um dos maiores investimentos da companhia em uma instalação global nas últimas duas décadas

Por Roberto Queiroz e Gustavo Queiroz

A Meritor anunciou a construção de uma nova fábrica de 160.000 m² no Brasil, mediante um investimento de R$ 200 milhões, de capital próprio. A área escolhida fica em Roseira, cidade paulista próxima da divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A unidade deve iniciar produção em 2021, após um período de treze meses para a construção das edificações.

Com modernas instalações classificadas como indústria 4.0, a nova unidade segue a proposta de acompanhar o desenvolvimento do mercado doméstico de veículos comerciais, que está em crescimento.

“Estamos expandindo nossas linhas de produção, pois esperamos que o mercado brasileiro continue em recuperação progressiva. Nosso objetivo é atender à meta estratégica da Meritor global, de crescer como líder de mercado”, afirma Adalberto Momi, diretor geral da Meritor no Brasil. “Essa nova fábrica ajudará a empresa a superar as expectativas dos clientes.”

A escolha da cidade de Roseira para a terceira fábrica, que vai aumentar em muito a capacidade produtiva da empresa, ocorreu devido à sua localização no Vale do Paraíba. A região é considerada estratégica, pois interliga os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O Vale do Paraíba também possui uma boa rede viária, com proximidade aos portos de Santos e Rio de Janeiro, além da infraestrutura necessária, mão de obra qualificada e energia elétrica de qualidade.

A Meritor de Osasco, que completou 64 anos, é pioneira na fabricação de componentes e eixos para veículos comerciais. Porém, sua localização atual no centro da cidade e as restrições de tráfego e logística não suportam mais expansões.

Portfólio

Meritor_Roseira
Assista ao vídeo no Canal MTED do YouTube ao final da matéria.

Alexandre Franco Marien, diretor de Operações América do Sul, esclarece que a finalidade da nova planta é ampliar o portfólio Meritor no Brasil, com base na oferta disponível nos Estados Unidos. E que até poderia ter a produção do eixo elétrico no futuro, mas isso não é determinante.

Uma rápida checagem mostra que a Meritor é um fornecedor global de amplo portfólio de sistemas integrados, módulos e componentes para fabricantes de equipamentos originais e aftermarket no segmento de transportes e industrial. A companhia atende produtores de caminhões, reboques, ônibus e veículos off-road, além da área de defesa.

Como a proposta inicial é atender o mercado doméstico, pode-se imaginar uma enxurrada de novos projetos encaminhados pelas montadoras, pois entre os itens considerados estão eixos especiais para veículos traçados, eixos dianteiros e maior variedade de componentes para caminhões leves.

Marien comenta que o mercado de veículos comerciais elétricos está na alça de mira, mas para um futuro ainda distante. A Meritor, quando apresentou o eixo elétrico na Fenatran, indicou uma perspectiva de pelo menos dez ou doze anos antes que o tema deixe de ser uma coisa de futuro.

A indústria parece estar de acordo com essa visão. Por exemplo, pouco depois desse encontro, Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz, comentava que “na Alemanha, a proibição da produção de veículos a combustão está prevista para 2030 e isso para veículos de passeio. Para caminhões isso deve demorar ainda mais.” Imaginem no Brasil…

Um desafio a ser superado, segundo Marien, é o custo. “Enquanto o eixo elétrico está na casa de US$300 por kilo, um eixo de veículo diesel custa US$100”, comenta. Sem falar em questões do veículo elétrico como um todo, como peso, densidade e custo das baterias.

Detalhes do projeto

O início da construção da nova fábrica está previsto para março de 2020 e deve durar aproximadamente 13 meses, com inauguração em abril de 2021. O prédio industrial de 30.000 m² incluirá linhas de produção modernas baseadas nos sistemas da Indústria 4.0 – com foco nos princípios de segurança e sustentabilidade – que estão sendo implementados mundialmente.

Além de contribuir para o crescimento do mercado de veículos comerciais no Brasil, a nova fábrica impactará a economia da região de Roseira, gerando empregos cerca de 200 empregos diretos, focados no chão de fábrica, além dos indiretos. Os postos classificados como colarinho branco serão oferecidos inicialmente ao pessoal de Osasco e Resende.

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