Mãos ao alto! Os preços dos combustíveis vão subir horrores no Brasil

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Prepara o bolso, porque o reajuste dos combustíveis anunciado para 11/03/2022 vai parecer assalto a mão armada. E, pode apostar, que o efeito bola de neve vai inflacionar ainda mais o já altíssimo custo de vida das grandes metrópoles do país.

Já viu aquelas placas em industrias ou grandes obras que diz: “estamos trabalhando sem acidentes há tantos dias”. O comunicado da Petrobras para anunciar os aumentos dos combustíveis parece isso: “Após 57 dias a Petrobras fará ajustes nos preços de gasolina e diesel. E, após 152 dias, a Petrobras ajustará preços de GLP”.

A empresa argumenta que, apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo como decorrência da guerra provocada pela Rússia contra a Ucrânia, a Petrobras repassou a volatilidade do mercado de imediato. Porém, após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, a pseudo-estatal se vê obrigada a reajustar seus preços de venda às distribuidoras com a desculpa de risco de desabastecimento.

O comunicado diz que: “Adicionalmente, a redução na oferta global de produto, ocasionada pela restrição de acesso a derivados da Rússia, regularmente exportados para países do ocidente, faz com que seja necessária uma condição de equilíbrio econômico para que os agentes importadores tomem ação imediata, e obtenham sucesso na importação de produtos de forma a complementar o suprimento de combustíveis para o Brasil”.

Mas, para quanto subirá a gasolina, o diesel e o GLP? A partir de amanhã, dia 11/03, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba, resultando numa variação de R$ 0,44 por litro.

Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,81 por litro.

No caso do GLP, o preço médio de venda para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg.

Estes cálculos servem de argumento para a Petrobras diante da opinião pública, já que não quer parecer ser a única responsável pelos preços abusivos dos combustíveis que estão sendo praticados nos postos Brasil afora. Vale salientar que os valores apresentados se referem apenas as parcelas da Petrobras e ainda não contemplam os impostos e nem as margens dos distribuidores.

Agora, volta aquela pergunta: por que uma empresa brasileira, com tecnologia nacional, que extrai e refina o petróleo em território nacional precisa ter o custo do barril do petróleo indexado as variações cambiais do dólar? Essa medida aconteceu durante o governo do ex-presidente, Michel Temer. Porque assim, leva-se melhores dividendos aos acionistas, estrangeiros em sua maioria. Portanto, grande parte das riquezas geradas pela Petrobras, que vive momento de esplendor financeiro, não fica no Brasil. Este é o custo de privatizar um patrimônio nacional tão importante quanto a Petrobras.

Diante do aumento do custo do diesel, podemos projetar maior pressão pelo reajuste das tarifas do transporte público, bem como dos custos logísticos e, consequentemente, de tudo o que precisa ser comercializado através do comércio. Portanto, mãos ao alto.

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