Motor Scania Super na MAN, International e VWCO

Motor Scania Super na MAN, International e VWCO

Até 2026, o Grupo Traton terá investido cerca de € 2,6 bilhões em pesquisa e desenvolvimento de trens-de-força elétricos a bateria. Mas, a transição dos motores a combustão para a eletromobilidade não acontecerá da noite para o dia, o que deve permitir novos investimentos em pelo menos mais uma geração de propulsores a diesel.

O “Rational Heat Motor”, patenteado pelo jovem engenheiro alemão Rudolf Diesel em 23 de fevereiro de 1893, é uma das invenções que marcaram época da era moderna. Anos mais tarde, o advento levou à fusão das empresas Maschinenfabrik Augsburg e Maschinenbau-Actien-Gesellschaft Nürnberg – mais conhecida hoje como MAN – e ao desenvolvimento do motor diesel.

Mesmo no primeiro teste de aceitação oficial em 1897, o motor de teste de 20 cv provou ser altamente econômico, com um nível de eficiência de 26% que na época era considerado impressionante. A alta temperatura e pressão permitiram que a mistura ar-combustível na câmara de combustão acendesse de forma independente. Isso representou uma vantagem significativa.

A tecnologia conquistou o mundo e todos os modais de transporte passaram a utilizar este tipo de trem-de-força. Mas, quase 130 anos depois de sua invenção, o motor a diesel está em vias de extinção. Assim como o próprio diesel acabou com a máquina a vapor do século 19, em um futuro próximo, as motorizações neutras em emissões marcarão o fim da queima de combustíveis fósseis. Mas isso não acontece da noite para o dia.

De acordo com o engenheiro estadunidense Michael Cunningham, chefe do trem-de-força convencional da TRATON, um novo e inovador motor a diesel, projetado para ser usado como tecnologia de ponte nos próximos anos, estabelecerá novos padrões para os caminhões pesados ​​do Grupo Traton. O novo Common Base Engine, chamado de “CBE” é o produto de um intenso processo de evolução. O trabalho de desenvolvimento começou na Scania em 2012, muito antes de a Traton reunir as marcas MAN, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Navistar International e a própria Scania sob o mesmo guarda-chuvas. Quando a MAN se envolveu em 2015, isso se desenvolveu em um projeto global conjunto, com contribuições também da Navistar nos EUA e da VWCO no Brasil. Desde então, muitos obstáculos culturais, industriais e regulatórios tiveram que ser superados por um grande número de especialistas dessas montadoras, que desenvolveram um produto global.

Os investimentos para a transição para a eletromobilidade já estão acontecendo com a nova fábrica de baterias da Scania em Södertälje, na Suécia, bem como na nova fábrica multitecnologia da MAN, em Nuremberg, na Alemanha. Mais US$ 125 milhões estão sendo investidos numa fábrica da Navistar em Huntsville, no Alabama, Estados Unidos, para a montagem da CBE.

A nova série de motores de 13 litros oferece aos clientes uma melhoria significativa na eficiência de combustível, maior eficiência geral e uma redução significativa nas emissões de CO2 para as marcas TRATON. Agora, sim, vocês vão começar a entender onde vamos chegar.

O Scania R 460 Highline foi o primeiro veículo movido pelo CBE, demonstrando uma eficiência que impressionou ao registrar um consumo de 27,1 litros de diesel por 100 quilômetros. O então novo motor Scania Super registrou o menor consumo de combustível, mantendo a maior velocidade média de 84,6 km/h.

Um trem-de-força comum altamente eficiente com seu novo motor diesel de 13 litros está planejado para ser introduzido, gradualmente, nos veículos premium do Grupo Traton. Isso quer dizer que o que conhecemos como Scania Super será adotado na linha pesada Premium das marcas MAN, Navistar e, quem sabe, na VWCO futuramente.

Como vocês podem ver nessas imagens, não é de hoje que a VWCO está testando o modelo TGM 18.290 no Brasil. Ele já foi visto e fotografado inúmeras vezes por aí. Mas, o que é importante frisar, é o fato de que se trata de uma geração de cabines muito mais atual do que aquela TGX que a marca já tirou do mercado. Portanto, há espaço para que o Brasil receba essa geração de cabines MAN, ainda que não seja a mais recente. Portanto, as cabines Lion da MAN chegariam com a geração euro6 e com o mesmo motor Scania Super de 13 litros na categoria Premium. Ainda não há confirmações, mas se trata de uma boa tendência. Do lado as Scania, os motores Super chegarão ao Brasil com toda a certeza para a geração Euro6. Aliás, com esses propulsores sendo nacionalizados e com um trem-de-força comum, as diferenças entre as marcas envolvidas pode ficar apenas em termos de cabine. Pelo menos, por enquanto. Vale lembrar, por exemplo, que dentro do grupo Stellantis há uma série de modelos que se diferenciam apenas pelo nome.

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