Tesla Cybertruck terá manobra caranguejo

Tesla Cybertruck

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Elon Musk, CEO da Tesla, anunciou que a picape futurista Cybertruck terá esterçamento na roda traseira, permitindo o acionamento de um modo de estacionamento apelidado de caranguejo, já que o veículo é capaz de entrar ou sair de uma vaga de estacionamento num ângulo de 90 graus, sem precisar ficar manobrando para a frente e para trás. Essa tecnologia já existe em automóveis, mas, não é por causa deles que o Elon Musk determinou a aplicação dessa tecnologia no Cybertruck. Fica comigo que eu conto o real motivo para vocês e outras coisinhas mais.

O modo caranguejo que estamos falando não estava na proposta original da picape Tesla Cybertruck, mas passou a fazer depois do anúncio do sistema na nova caminhonete elétrica GMC Hummer EV, que possui um design muito mais amigável com o que já estamos acostumados do que a estética Cyberpunk do Cybertruck. E por falar nisso, o modelo da Tesla aparece no polêmico jogo de videogame. Cyberpunk 2077.

Mas, ainda há outra picape elétrica que merece ser destacada, eu estou falando da Rivian R1T, que pode girar em seu próprio eixo, manobrando como um tanque de guerra. Ou seja, a Tesla Cybertruck que foi anunciada como indestrutível, muito segura e extremamente tecnológica, não poderia ficar para trás nesse quesito.

Como consequência, provavelmente, haverá um adiamento das entregas das primeiras unidades do Cybertruck. Vale lembrar, que após a apresentação do modelo, em novembro de 2019, a pré-venda foi esgotada em algumas horas, gerando um caixa muito importante para a Tesla, mesmo após o mico do vidro quebrado durante o evento de lançamento. Portanto, clientes já compraram o Cybertruck há quase dois anos e seguem esperando. Esse é o poder de uma grande marca como Tesla, Apple, Samsung e algumas poucas outras, que conseguem gerar um burburinho tão espetacular capaz de fazer as pessoas desejarem seus produtos com todas as forças e disputar com muita garra os primeiros produtos. Economistas dirão que esse dinheiro aplicado estaria rendendo e que um consumidor mais racional e menos passional poderia tê-lo comprado no simples momento em que o Cybertruck chegasse ao mercado, tendo ganho seus dividendos sobre a aplicação feita naquele momento.

Fora isso, vale destacar que a Tesla de Elon Musk vem enfrentando dificuldades e alguns problemas muito graves. Mais recentemente, o multibilionário reconheceu a dificuldade em desenvolver a tecnologia de condução autônoma. Diferentemente de todas as outras montadoras e empresas que estão investindo nessa tecnologia e adotam um discurso mais cauteloso, de que a tecnologia vai chegar, que esse é o futuro, mas que existem uma série de etapas a serem cumpridas, Elon Musk gosta e procura os holofotes e, por vezes, chega a lembrar o empresário Eike Batista, que se especializou em vender sonhos e promessas.

Não é de hoje que Elon Musk promete um futuro a lá O Mundo de Jetsons com veículos elétricos Tesla que poderão viajar de forma autônoma de Los Angeles até Nova York, por exemplo, ou que seus automóveis serão verdadeiros robotáxis. Inicialmente, o kit deste sistema está sendo vendido por até US$ 10 mil a mais no preço do veículo. Mas, futuramente, deve ser comercializado como um plano de assinaturas.

Só que agora, Musk afirmou que a condução autônoma é um “problema difícil”. Ou seja, o sistema Full-Self Driving continua sendo oferecido, mas precisa de rápido aprimoramento para funcionar com perfeição. Afinal, é isso o que esperam consumidores e investidores. Diante de algumas dificuldades, a evolução da tecnologia pode demorar um pouco mais do que o esperado.

Em março deste ano, um motorista testou o FSD na versão 8.2 em um Model 3 e o fato é que o FSD cometeu uma serie de infrações de trânsito e quase provocou colisões. Já há registro de caso de atropelamentos e acidentes. Somente em 2021, em abril, um Tesla Model S 2019 viajava de forma autônoma com dois passageiros em alta velocidade e perdeu o controle em uma curva de estrada no Texas, sendo que o carro colidiu contra uma arvore e pegou fogo com as duas vítimas fatais dentro.

Mais recentemente, ainda, um sedã Tesla S Plaid, com apenas três dias de uso e que custou ao consumidor US$ 130.000, pegou fogo sozinho com o motorista dentro dele. Como as portas e os vidros travaram, a vítima precisou chutar várias vezes até conseguir quebrar um dos vidros para conseguir se salvar, enquanto as chamas iam tomando conta do veículo.

Eu acredito e espero que a Tesla possa superar esses graves problemas de segurança o quanto antes para poder entregar ao mercado produtos confiáveis. Afinal, ninguém quer investir numa tecnologia “do futuro” para correr o risco de morte. Ainda que possam ser problemas pontuais, outras empresas menos badaladas já teriam sido escorraçadas do mercado por muito, muito, menos.

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