Uma proposta de revolução urbana

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Talvez a maior novidade Scania em termos de Fenatran, a linha de caminhões semipesados terá tratamento especial para seduzir nova gama de clientes

Por Roberto Queiroz

Com produtos como sua nova série urbana, com cabines P e motores de 7, 9 e 13 litros, a Scania promete atacar o mercado urbano de transporte de cargas com sua nova geração de veículos NTG. O desafio da marca será trazer toda a sofisticação que oferece nos mercados de caminhões pesados para um segmento ainda não acostumado a esse tipo de soluções.

A operação do transporte é uma parte importante do ecossistema urbano, possibilitando que milhares de pessoas sigam seu cotidiano. Conforme as cidades crescem, a demanda por soluções de transporte inteligentes aumenta. Debruçando-se a partir de agora sobre um perfil de cliente muito mais preocupado com preço do que com custo ou TCO, o estrategista Silvio Munhoz, diretor de Vendas e Marketing da Scania, vai ter de rebolar para ter sucesso.

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Trabalhar com caminhões pesados é muito mais fácil, pois o público é bastante especializado e afeito a inovações tecnológicas, apesar de muito mais exigente. Nesse caso, a imagem da marca faz boa parte do trabalho, pois quem ainda não tem Scania acaba sonhando com um, tipo objeto do desejo.

Na faixa de caminhões médios, mais especificamente os semipesados em questão, o buraco é mais embaixo. Bem mais embaixo. A briga tem outro nível, com muito mais significado voltado ao valor de aquisição. Os operadores da categoria ainda são mais tradicionalistas e conservadores, não acostumados a soluções mais sofisticadas, como pacotes de manutenção.

Os compradores, nesse universo, são em grande parte empresários da indústria e comércio. A maior parte deles não tem no transporte seu core business e considera o caminhão apenas um incômodo com que necessita lidar.

Essa mentalidade está mudando, mas de forma muito lenta ainda. Para entender esse panorama, basta considerar que a maioria dos operadores, aqui, são os chamados autônomos ou pequenos frotistas, com caminhões que atingem idades acima de qualquer análise razoável de eficiência. E dificilmente vão saltar de uma peça de museu para um Scania zerinho.

Para rodar em áreas urbanas, os semipesados Scania terão ainda de enfrentar a predatória concorrência de toda sorte de veículos. Embora os caminhões pequenos não sejam equivalentes técnicos, na prática vão roubar carga do mesmo jeito que, na estrada, os trucados tiravam espaço das carretas.

Nova série urbana

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Para os executivos da Scania, que no evento de apresentação em Cesário Lange, procuraram não se aprofundar no tema, reservando surpresas para o palco da Fenatran, chegou a hora da nova geração de caminhões e serviços assumir seu lugar diante dos desafios das operações urbanas. Com novos produtos, como a Série P e o motor de 7 litros, principalmente, mais o motor de 9 litros atualizado e o novo motor a gás de 13 litros (a ser tratado de forma muito personalizada), esta geração é realmente uma nova cereja no bolo.

Não dava para fazer tudo de uma só vez, então a ofensiva de apresentação do NTG foi fatiada em tarefas. Agora é a vez dos semipesados. Outra coisa que a Scania já deve saber é que embora seu planejamento separe pesados e semipesados em compartimentos diferentes de mercado, a teoria na prática sempre acaba virando outra coisa. E não será surpresa ver alguns dos “leves” da marca caindo na estrada, seja apagando incêndios, recolhendo lixo ou distribuindo mercadorias.

A proposta da NTG urbana envolve soluções personalizadas. Em boa linguagem de marketing, procurar convencer o cliente que é melhor definir novos padrões urbanos em vez de aceitar os que já existem. Mas, por outro lado, não será tão simples demonstrar detalhes como o sistema modular, que pode otimizar diferentes partes do veículo. Ou apresentar os serviços inteligentes para quem nunca se importou com isso.

Será bem mais fácil começar pelas inovações de produto, mais perceptíveis. Nesse estágio, a cabine P promete fazer sucesso, oferecendo conforto, segurança e eficiência. Tem embarque e desembarque fáceis, adequado para operações locais e regionais, e é resistente o suficiente para o segmento de construção e para outras demandas.

O novo motor de 7 litros é a mais nova solução em propulsores. Com seis cilindros, disponível com 220, 250 e 280 cv, vai brigar mais de perto com as opções da concorrência. O motor de 9 litros foi atualizado. Disponível com 280 e 340 cv, nosso novo motor a gás de 9 litros combina potência substancial com dimensões compactas. Para ofertas com diesel (280, 320 e 360cv), etanol (280cv) e gás (também 280cv).

Novidade saudável, mas deve começar devagar, é a oferta de transmissões de 8 e 12 velocidades, com retarder. O sistema Opticruise é de série e apresenta a embreagem sob demanda, que possui um pedal de embreagem adicional para uso conveniente. Em deslocamento normal, o sistema funciona como uma troca de embreagem automática comum.

O Opticruise, por sinal, é um a proposta que deve surpreender na categoria, como no caso dos modos de desempenho. Eles permitem ajustar o desempenho do veículo segundo as demandas operacionais. As mudanças são fáceis de fazer durante a condução, e o modo escolhido fica visível no visor central. Se necessário, todas as configurações podem ser alteradas ou melhoradas em uma oficina de serviço Scania.

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Para resumir, há quatro modos de desempenho:

  • Modo padrão – Oferece o equilíbrio ideal entre economia de combustível e desempenho de aclive.
  • Modo econômico – Ajustado para minimizar o consumo de combustível e assim contribuir para economizar.
  • Modo potência – Prioriza a resposta do motor e alto desempenho para otimizar o tempo de transporte.
  • Modo off-road – Permite melhor controle de tração ao dirigir sobre terreno acidentado e sobre superfícies com alta resistência a rolagem.
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