Scania prepara seu dia D dos semipesados

Scania

Montadora faz ajuste fino da operação, cujas vendas devem começar em abril de 2020

Por Roberto Queiroz

Enquanto os caminhões com motor a partir de 9 litros são todos classificados como pesados na Anfavea, a nova plataforma Scania NTG reserva, para os veículos montados com motor de 7 litros, um papel especial, o que a montadora classifica como uma ação diferenciada na categoria.

Uma nova configuração, com longarinas e suportes de chassi mais leves e ainda inéditos no mercado, vai fazer desses caminhões semipesados genuínos, com sensível redução de tara. “Vamos trazer ao mercado uma nova forma de atender essa categoria e estamos preparando a rede e a própria Scania para esse trabalho”, observa Silvio Munhoz, diretor Comercial.

Munhoz, por sinal, prevê a necessidade de uma estratégia de comercialização diferente, em que “a rede vai precisar trabalhar a venda, considerando um público para o qual o valor da parcela será mais importante que o valor do caminhão, mas que terá a contrapartida de um serviço distinto.”

Como consequência direta dessa empreitada, a Scania terá de administrar uma nova forma de programar a produção. Reuniões e discussões com a rede estão sendo frequentes na fase de ajustes, mas tudo deverá estar definido até o final do primeiro trimestre de 2020, uma vez que as vendas deverão começar em abril.

Munhoz não revela que tipo de lançamento será esse, mas promete uma ação de aproximação com o mercado. “A oferta é a mesma do pesado, mas aqui a Scania não vai ser um competidor de massa. Vamos buscar o nicho que tenha noção do valor, fazer uma busca mais refinada do cliente”, argumenta.

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Pensando esse mercado, a marca pretende trabalhar brechas de oportunidade, na expressão cunhada por Munhoz. “Quando não soubermos onde o cliente está, tem gente que sabe”, comenta, referindo-se a uma forma diferente de abordagem que terá de ser adotada, em cima dos registros do Renavam em passado recente, ou do RNTRC.

De qualquer forma, a Scania pretende trabalhar uma faixa premium do segmento, com informações de análise de retorno do investimento e a importância do serviço e da conectividade. Nesse raciocínio, devem ser alterados os formatos de entrega técnica. Para as casas Scania, deve mudar também a política de margens aplicadas para semipesados.

Para quem aprecia mudanças, porém com controle na ponta dos dedos na calculadora, a Scania ainda considera a oferta de seu motor a gás na operação urbana, solução que contribui com uma imagem ecologicamente correta em áreas urbanas.

Na faixa de caminhões médios, o desafio da marca será trazer toda a sofisticação que oferece nos mercados de caminhões pesados para um segmento ainda não acostumado a esse tipo de soluções. Os operadores da categoria ainda são mais tradicionalistas e conservadores, não acostumados a soluções mais sofisticadas, como pacotes de manutenção.

Como já dissemos em matéria recente, para rodar em áreas urbanas, os semipesados Scania terão ainda de enfrentar a predatória concorrência de toda sorte de veículos. Embora os caminhões pequenos não sejam equivalentes técnicos, na prática vão roubar carga do mesmo jeito.

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