Primeiros passos da sinergia Iveco e Nikola

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Marcas da CNH Industrial e a startup apresentam o modelo TRE e o escopo do acordo, com o objetivo de desenvolver tecnologia de células de combustível

Da redação

A Iveco e a FPT Industrial, marcas da CNH Industrial, se juntaram à Nikola para apresentar o escopo, os planos da joint venture e o acordo de colaboração entre as empresas. A ideia é acelerar a jornada do setor em direção à neutralidade de emissões no transporte pesado de cargas, na América do Norte e na Europa, com a adoção da tecnologia de células de combustível. A América Latina, com Brasil e tudo, está fora do projeto.

Os principais acionistas da startup incluem a CNH Industrial, controladora da Iveco trucks e a fornecedora de peças automotivas Bosch Co. Outros investidores incluem o Hanwha Group, um conglomerado sul-coreano e a Wabco Holdings, também sistemista automotivo.

Nikola_Iveco_TreO início do projeto acontece três meses após o anúncio da CNH Industrial em 3 de setembro, no Capital Markets Day, envolvendo sua marca de veículos comerciais, a Iveco, e sua divisão de powertrain, a FPT Industrial, com a intenção de estabelecer uma parceria estratégica com a Nikola Motors. O foco principal do acordo é alavancar a experiência dos parceiros para implantar com sucesso a operação de caminhões pesados de emissões zero e para mostrar ao setor um novo modelo de negócios.

A parceria inclui a criação de uma joint venture para desenvolver e distribuir caminhões tipo cab-over (cara-chata) elétricos e de célula de combustível de hidrogênio para o mercado europeu. Os caminhões tipo cara-chata não tem aceitação no mercado norte-americano.

A Nikola fornecerá sua experiência em células de combustível e tecnologias avançadas, assim como seu modelo de negócios, que prevê uma taxa de locação com tudo incluído. A Iveco, juntamente com a FPT Industrial, contribuirá com sua experiência para industrializar os caminhões.

As empresas apresentaram o primeiro caminhão da joint venture: o Nikola TRE elétrico, baseado na nova plataforma de caminhões pesados da Iveco, usada no S-WAY, que integra tecnologia, controles, informações e entretenimento da Nikola. Os testes começam em 2020, com o lançamento público na Europa previsto para a IAA 2020, em setembro, em Hannover, Alemanha. As ações de vendas e pós-vendas do Nikola TRE serão feitas pela rede europeia de revendedores Iveco.

Novo recurso

A Nikola disse recentemente que alcançou um ponto de ruptura na tecnologia de baterias, que poderia dobrar a gama de veículos elétricos sem adicionar qualquer peso. “Temos o Santo Graal das baterias. Você está falando sobre como fazer veículos elétricos a um preço acessível”, disse Trevor Milton, fundador e CEO da companhia. O avanço não foi confirmado por um terceiro independente.

Há um bom número de desenvolvedores e montadoras trabalhando em novas químicas da bateria, na esperança de alcançar grandes melhorias na densidade de energia e redução de peso. Tais ganhos reduziriam o custo e aumentariam a gama de veículos elétricos.

A tecnologia da Nikola é uma nova química da bateria que inclui lítio, mas não é a química padrão de íon-lítio usada em tudo, desde telefones celulares até veículos. A comercialização da tecnologia permitiria que os caminhões elétricos Nikola atingissem uma autonomia recorde de 800 milhas.

Ou, em outra configuração, poderiam rodar metade dessa distância, mas levar um adicional de 5.000 quilos de carga. Os caminhões a células de combustível da empresa, que também usam algumas baterias, podem ultrapassar 1.000 milhas. Milton não forneceu muitos detalhes sobre o desenvolvimento, mas adiantou que a empresa vai demonstrar a tecnologia em sua conferência Nikola World, em 2020. As baterias estarão em caminhões Nikola até o final do próximo ano e em plena produção em 2021.

Menor e mais leve

Trevor Milton disse que uma célula de bateria típica de íon-lítio para veículos tem autonomia de 5 horas, mede 21 x 70 mm e custa cerca de US $ 2. A bateria Nikola reduz o tamanho e o custo pela metade para a mesma célula de 5 horas. A tecnologia faz isso removendo material de pasta e coletores de corrente elétrica da célula, permitindo mais armazenamento de energia.

Os coletores atuais conduzem a energia através da bateria, mas pegam o peso e o espaço. “Nosso material é mais condutor”, disse Milton. “Pode levar energia através da célula com o material ao invés de precisar do coletor atual”. A empresa está testando as células e descobrindo que elas podem suportar 2.000 ciclos de carga e descarga, que é aproximadamente o dobro do padrão atual.

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