Foton já começa forte ofensiva no mercado nacional

Ricardo_Mendonça_de_Barros

Marca chinesa, representada pelo Grupo LCM, confirma novos passos de sua reestruturação, que terá ampliação na oferta de produtos

por Roberto Queiroz

Um renovado portfólio de produtos, com novos produtos e até atualização de cabines, será importante ferramenta para que a linha de caminhões Foton atinja um status de afirmação no mercado brasileiro de caminhões. Na pauta da empresa, que mantém os atuais modelos de 3,5 e 10 toneladas, está o lançamento de opções para 2,8 e 6,5 toneladas, além de um 11 toneladas, que chegaria a 13 com a adoção de terceiro eixo.

Ricardo Mendonça de Barros, diretor Comercial, ainda sem revelar imagens ou detalhes de produto, adianta que o modelo de 2,8 t terá motor a gasolina e chegará já com carroceria metálica aberta, enquanto o carro de 6,5 t trará uma nova cabine, que será progressivamente estendida ao restante da linha. Esses lançamentos, assim como o leve de 11 t, devem chegar ao mercado para o final do ano.

Depois de uma paralisação de três meses, enquanto conduzia uma negociação com a Cummins, fornecedora de seus motores, a Foton está ainda reiniciando a produção em Caxias do Sul, na planta da Agrale, a um ritmo de 20 a 25 unidades/mês. “Temos duas coisas que andaram bastante em nosso processo de retomada”, adianta Ricardo, “caso de nosso pedido de recuperação judicial, já aprovado, envolvendo a Foton, a Holding Pouso Alegre e a Rede LCM, e a garantia de continuidade, com a chegada dos chineses. ”

E essa garantia, segundo ele, vai mais longe. “A Foton Aumark do Brasil está sob avaliação para que seja levantado seu valor de mercado, pois até julho a Foton Vendas deverá adquirir 49 ou 50% da operação. Além disso, a fábrica de Guaíba também passa por uma reavaliação de seu pré-projeto e a tendência é de que os chineses optem por maior conteúdo de maquinário brasileiro e até aumentem a capacidade de produção. ”

Destacando o momento favorável, o empresário comenta que “em nove anos, esta é efetivamente a primeira vez que os chineses botam dinheiro no empreendimento”, o que já vem sendo feito pela Foton Motors do Brasil Vendas. A subsidiária é controlada pela matriz  Beiqi Foton China, que detém 98% da empresa, e pela Foton International, com 2%. No modelo inicial, a Foton Aumark do Brasil, empresa do Grupo LCM, tinha de pagar FOB antes e nacionalizar os veículos na chegada, depois de 3 meses e meio, e ainda investir na produção.

“Hoje, insumos, veículos CBU e peças são trazidos pela Foton Vendas, com custos deles, e colocados em um armazém alfandegado em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Assim, volume não é mais problema, pois temos carros aqui, em viagem e ainda na China”, esclarece Ricardo. “Quem vende veículos tem de ter veículos para vender”, dispara, referindo-se a problemas de fornecimento no auge da crise.

Rede de distribuidores

Foton_Modelos
Modelos: Citytruck 10-16, Minitruck 3.5-14 DT, Minitruck 3.5-14 ST e Minitruck 3.5-11 DT, respectivamente.

Em sua primeira fase, a Foton chegou a 30 casas em funcionamento, sendo três delas do próprio Grupo LCM. No momento, há 19 casas abertas, com uma delas, em São Paulo, tocada pela LCM e, pelo planejamento da empresa, esse número deve chegar a 30 casas durante o ano. “Nossa rede conta com 16 grupos, oxigenada com 10% de novos investidores. E um grupo no Sul é o único com duas casas, em Porto Alegre e Caxias do Sul”, explica Ricardo.

Também responsável pela rede de distribuidores, Ricardo elogia o desempenho em praças como Goiânia e Nova Prata, RS, e revela que está recebendo sondagens de distribuidores Agrale, interessados em trabalhar com Foton. Um dos focos de sua atenção é o mercado do Nordeste, que já teve média de vendas de 70 a 80 unidades/mês, e precisa ser atendido.

Com uma frota circulante hoje superior a 3 mil unidades, a Foton está impulsionando sua rede com um projeto de Forplan híbrido. O concessionário recebe os veículos com até 60 dias para fazer as vendas e, recebendo, tem prazo de dois dias para pagar a fábrica. “Trata-se de um processo seletivo, por enquanto disponível para algumas casas, e criado para acompanhar baixos volumes de vendas. Não dá para termos um Forplan completo”, conclui.

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