Coronavírus coloca empresas em regime de atenção

CORONAVÍRUS

No curto prazo, problemas com a epidemia na China ainda não afetam operações no mercado brasileiro, mas situação pode mudar. Empresas como ZF, Foton e Cummins tecem comentários

por Roberto Queiroz

A ZF possui 40 fábricas na China, sendo duas delas na província de Hubei. Uma delas especificamente em Wuhan, epicentro do problema com o Covid-19, denominação oficial da doença, empregando cerca de mil pessoas na produção de sistemas de freios, airbags, pré-tensores de cinto de segurança, etc. No total são aproximadamente 14 mil funcionários da ZF trabalhando na China.

“Até o momento nenhum funcionário da ZF foi infectado com o coronavírus, mas ainda não é possível avaliar o impacto total do coronavírus nos negócios da ZF devido ao número de fatores envolvidos”, diz o conglomerado em comunicado oficial.

A ZF ainda informa que está mantendo um diálogo permanente com todos os seus parceiros de negócios, com o objetivo de manter suas cadeias de suprimentos estáveis ​​e o tempo de inatividade da produção o mais baixo possível.

Em alguns casos, a companhia considera a compensação de possíveis gargalos utilizando estrutura de outras plantas e, no decorrer do ano, os planos são de trabalhar com a maior flexibilidade possível.

A unidade chinesa registrou em 2018 vendas de aproximadamente 6 mil milhões de euros, que representam cerca de um sexto das vendas do Grupo ZF no mundo.

Na operação brasileira da Foton, conduzida pelo grupo LCM, a posição é de cautela. “No momento, não estamos monitorando passo a passo”, comenta Ricardo Mendonça de Barros, diretor da Foton Caminhões. “Se houver efetivamente um impacto, ele não será somente sobre nós, mas com todos os segmentos de mercado que tem fluxo contínuo de negócios com a China.

O executivo ainda comenta que, no momento, as coisas estão sob controle, e que tudo dependerá de como essa fase será superada, assim como ocorreu em outras situações similares. A Foton tem uma programação de lançamentos prevista ainda para este primeiro semestre.

A Cummins tem uma atividade intensa relacionada à China, como produção local e importação de componentes. A fabricante de motores também se manifestou por meio de comunicado, informando que “em virtude do surto de coronavírus que se espalhou por todas as regiões da China (continental e territórios), a Cummins Brasil comunica que segue analisando o mercado em questão e os potenciais impactos em relação aos efeitos causados por este evento de força maior.

A companhia ainda reconhece a possibilidade de impacto no fornecimento de peças importadas da China, mas acrescenta que, “neste momento, não há qualquer previsão de atraso que possa afetar a entrega de produtos ou no andamento do processo de produção brasileiro.”

Do ponto de vista de saúde, a Cummins adotou, de uma forma geral, restrições de viagem à China e proibição de viagem à província de Wuhan temporariamente. Dentro das instalações da fábrica no Brasil, existem ainda ações de prevenção de contaminação da doença entre os funcionários em andamento.

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