Possibilidade de nova greve dos caminhoneiros surge no horizonte

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Existe risco de nova greve dos caminhoneiros para 2019 se não houver alteração na política de reajustes do preço do diesel, entre outras medidas, segundo Abcam

por Gustavo Queiroz

Em 2018, o Brasil experimentou uma serie de transtornos e prejuízos como consequência da greve dos caminhoneiros. Em 2019, ela pode voltar a ser uma preocupante realidade.

Isso, porque caminhoneiros confirmaram que podem realizar mais uma greve caso o governo não reveja a política de reajuste do diesel, bem como apresente medidas concretas para a melhoria das condições de trabalho da categoria.

Em audiência na Comissão de Viação e Transportes, no Congresso Nacional, nesta quarta-feira, dia 08 de maio, José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), alertou para o risco de uma nova greve.

“O que vem por aí é coisa feia, muito feia. Se o governo não se atentar para isso, nós vamos ter um problema muito sério. Aí não vai ter Exército, não vai ter nada, porque ninguém vai ter combustível. Como é que vai fazer? Se acontecer, é para desestabilizar o País. Eu não vou participar disso e não quero isso, mas já estou dando o alerta, como dei da outra vez”, disparou Lopes.

Histórico

A Petrobras decidiu pelo reajuste do preço do diesel a cada 15 dias, uma periodicidade abusivamente curta, segundo caminhoneiros autônomos. O que nada mais é do que menos pior do que os reajustes que chegaram a ser diários.

Reivindicação

Os caminhoneiros querem que os valores sejam reajustados em intervalos de, pelo menos, três meses, para que os motoristas não sejam surpreendidos durante a viagem e possam realizar um planejamento mais adequado dos fretes.

Desde que o governo Temer assumiu o comando e mudou a política de precificação dos combustíveis, o custo do diesel subiu cerca de 70% desde então. Tal custo, muitas vezes, absorvidos por transportadores e autônomos, prejudicando a rentabilidade da operação.

José da Fonseca Lopes cutucou: “Tudo o que está sendo colocado aqui é para médio e longo prazo. Precisamos de uma coisa para ontem. Para ontem é controlar o preço do óleo diesel. Em vez de a Petrobras querer vender 11 refinarias, ela deveria construir mais 11”, reforçou.

O presidente da Abcam ainda pediu que se estabeleça um frete mínimo negociado entre representantes de caminhoneiros, do agronegócio, da indústria e do comércio, apenas confirmado pelo governo.

De acordo com Diumar Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), o recente anúncio do lançamento do “Cartão Caminhoneiro” também desagrada a categoria.

O executivo acredita que a medida favorecerá, exclusivamente, os postos da Petrobras, por permitir a compra de litros de diesel a preço fixo nos postos com a bandeira BR. “É uma medida como qualquer outra de fidelidade de consumo”, explicou.

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