Mega contrato impulsiona abastecimento e distribuição de GNL no Brasil

Shacman

Os primeiros caminhões movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL) da frota da Alliance GNLog já estão no Brasil, e terão a Golar como fornecedora oficial do combustível. Operação das Centrais Elétricas do Sergipe (Celse) viabilizará a distribuição do gás natural para o interior do país

Da redação

ShacmanA Golar Power Latam firmou parceria com a Alliance GNLog, empresa de logística que conta com uma frota de caminhões movida exclusivamente a Gás Natural Liquefeito (GNL). A ação marca o início das atividades da Golar como supridora do combustível para veículos pesados e em operações small scale (Golar SSLNG). A GPL é uma joint venture formada entre a norueguesa Golar LNG e o fundo Stonepeak, que atua no mercado internacional de GNL.

Enquanto a Golar fornecerá o combustível, a Alliance GNLog fará o transporte do gás para os clientes industriais da companhia, além de prestar serviços de transporte de cargas gerais a outros clientes. Os primeiros quatro veículos, da marca Shacman e importados diretamente do fabricante chinês, já estão em solo nacional, cumprindo uma agenda de homologação e testes.

O anúncio da parceria está sendo feito em Aracaju (SE), durante a cerimônia de instalação do Fórum Sergipano de Petróleo & Gás (FSP&G). Na ocasião, serão apresentadas as potencialidades das Centrais Elétricas do Sergipe (Celse), empreendimento do qual a Golar é sócia e que contempla uma usina termelétrica a gás acoplada a um terminal de regaseificação, em Barra dos Coqueiros (SE), com capacidade de processamento de 21 milhões m³/dia.

No evento, também serão assinados o protocolo de testes dos caminhões com a indústria alimentícia Maratá e o contrato com a Sergas (concessionária local de gás), para estabelecer uma rede local de distribuição de gás por meio terrestre, aproveitando a estrutura de armazenamento do Gás Natural Liquefeito em implantação pela Celse.

Eduardo Antonello, CEO Global da Golar Power, indica que o evento marca o início do projeto de implantação da infraestrutura para a distribuição do GNL rumo ao interior do país, com a instalação dos chamados “Corredores Azuis”, amplamente utilizados na Europa para abastecimento de veículos de carga.

“Com a abertura do mercado promovida pelo governo federal e as recentes mudanças no marco regulatório do gás, vamos ter um cenário extremamente favorável para reduzir a dependência da importação do diesel e promover a “interiorização” do GNL, já que esse energético pode ser facilmente transportado para regiões que ainda não contam com gasodutos”, analisa Antonello.

Complexo integrado

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Terminais de GNL e caminhões movidos a esse combustível se complementam, na medida em que o Gás Natural Liquefeito possibilita o transporte de uma quantidade superior de produto, em pequeno volume, numa operação conhecida como small scale. Para dar uma ideia da eficiência, essa dinâmica de resfriamento do gás permite reduzir o seu volume em até 600 vezes.

Com isso, a Golar pretende aproveitar a estrutura de armazenamento dos terminais de GNL do país, e levar o Gás Natural Liquefeito em sistema de cabotagem, utilizando pequenas embarcações e depois, em terra, com caminhões com ISO-Containers de GNL.

Nesta fase inicial, serão instaladas duas unidades móveis de abastecimento de GNL da Golar, já autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP), uma em Sergipe e a outra em São Paulo. A Alliance GNLog irá executar nos próximos meses testes de rodagem e uma série de demonstrações para potenciais clientes, como Maratá e AmBev.

A expectativa é que haja forte aderência do mercado ao novo combustível e aos novos caminhões, resultando na importação de mais unidades num curto prazo e a expansão de pontos de abastecimento, não só ao longo dos “Corredores Azuis”, que na verdade são as rotas estruturadas para fornecimento do GNL, como também em instalações dedicadas nas bases de clientes, contando também com suporte técnico personalizado.

Na Europa, a malha é composta por quatro corredores principais, com mais de 10 mil quilômetros de vias que atravessam mais de 15 países, e servem a ônibus e caminhões em rotas como Estocolmo – Lisboa. O GNL é preferencialmente usado em veículos pesados, resultando em benefícios econômicos, ambientais e para a saúde pública.

O projeto para o Brasil prevê a instalação de 35 postos de abastecimento, em 11 eixos de corredores rodoviários por onde há intenso fluxo de transporte de carga e escoamento da produção agrícola.

No mapeamento prévio da Golar foram definidos os corredores que passam pela região Sudeste e Sul (São Paulo – Rio de Janeiro; São Paulo – Belo Horizonte; São Paulo – Curitiba; São Paulo – Campinas); Sudeste e Nordeste (São Paulo – Feira de Santana); e ainda: Mato Grosso (entre Sinop e Rondonópolis); Mirituba (PA); Paranaguá (PR); Boa Vista (RR) – Manaus (AM); Porto de Itaqui (MA) – São Luiz (MA); e Barreiras (BA) – Salvador (BA).

O uso do GNL nesses moldes já é realidade na Europa, nos EUA e na China, que conta atualmente com uma frota de mais 300 mil caminhões movidos a GNL. “Enquanto o Brasil se prepara para a nova onda, a China hoje já movimenta mais GNL em caminhões do que o Brasil consome através de dutos, e metade disso é justamente usado para abastecer a frota de caminhões movidos a GNL”, ressalta Ricardo Rezende, diretor-geral da Alliance GNLog.

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