GNL ganha projeto para aumentar capilaridade fora de gasodutos

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O acordo entre Golar Power e Galileo Technologies alavancará o projeto de fornecimento do gás natural a diversos consumidores no interior do país, sem a necessidade de gasodutos

por Roberto Queiroz

Gigante global na operação integral de GNL, a Golar Power iniciou uma parceria com a Galileo Technologies, que fornecerá seu pacote de Soluções Gás 3.0®: Acondicionamento de Gás, Produção Distribuída de GNL, Bombas de GNL e Plantas Regaseificadoras.

Com a iniciativa, a Golar Power procura ampliar a participação de GNL de origem local em sua oferta e acelerar a transição energética brasileira: do diesel, do gás liquefeito de petróleo (GLP) ou do óleo combustível pesado (HFO, segundo a sigla em inglês) para o gás natural.

O ambicioso objetivo acontece no marco do programa nacional Novo Mercado de Gás, que leva em conta que o GNL é um combustível econômico e de emissões de carbono reduzida. Contudo, o acordo entre ambas as companhias procura ir para a etapa máxima da transição energética desde o primeiro dia: a produção de gás biometano liquefeito (BioGNL).

Primeiros passos

Os projetos iniciais solicitados pela Golar Power para a Galileo envolvem o fornecimento de dois clústers de micro-GNL. O primeiro estará composto por duas Estações Cryobox® de Produção de GNL que, conectadas a uma Planta ZPTS de Acondicionamento de Gás, produzirão 30 toneladas diárias de GNL em um poço maduro de gás natural na Bahia.

O segundo clúster será instalado em São Paulo para a captura e liquefação de biometano originado em aterro sanitário. Contará com uma Estação Cryobox com capacidade de fornecimento de até 15 toneladas diárias de BioGNL.

“A partir da parceria com a Galileo, vamos incorporar o biogás liquefeito (BioGNL) e o gás doméstico liquefeito a nosso portfólio, oferecendo à população alternativas mais econômicas e limpas que os combustíveis tradicionais”, salientou Marcelo Rodrigues, vice-presidente da Golar Power.

Através de ambas as soluções de micro-GNL, a Golar Power aproveitará o gás brasileiro que está fora do sistema para destiná-lo à comercialização como combustível líquido. Uma vez distribuído por rodovias, o GNL poderá abastecer centrais de geração elétrica, distribuidoras de gás natural, indústrias e veículos leves e pesados.

“Ao contrário das tecnologias das gerações anteriores, as nossas tecnologias de tratamento de gás e liquefação são adaptadas à escala das fontes de metano dispersas que, habitualmente, também são as mais próximas aos consumidores. Por isso foram desenvolvidas pensando no cenário da produção distribuída”, destaca Horacio Andrés, vice-presidente da subsidiária da Galileo Technologies no Brasil.

“As soluções desenvolvidas pela Galileo permitem escalonar a capacidade instalada através de módulos, e isso nos ajudará a atender o crescimento da demanda com flexibilidade, e a complementar nossos projetos e tecnologias de GNL de pequena escala”, indica Rodrigues.

Ao distribuir GNL pela rede rodoviária, a Golar Power superará os limites da infraestrutura: o Brasil tem apenas 9.409 quilômetros de gasodutos. “Apenas 5% dos municípios brasileiros são atendidos por gasodutos. O nosso desafio é que o gás natural chegue até essas localidades e, portanto, apostamos na distribuição do GNL em pequena escala”, conclui Rodrigues.

Corredores Verdes

A exploração de novas fontes de gás brasileiro também será acompanhada de novas alternativas para seu consumo. A Golar Power instalará as bombas de GNL da Galileo para estabelecer os Corredores Verdes, a definição brasileira dos “Corredores Azuis”, no que os caminhoneiros poderão escolher carregar GNL.

Com o GNL, os transportadores reduzirão em 20% as emissões de CO2 dos escapamentos, que constituem um dos fatores que mais contribuem com o aquecimento global. Também eliminarão as emissões de particulado, óxido de nitrogênio (NOx) e óxido de enxofre (SOx). Os clientes industriais serão suportados com Sistemas de Armazenamento e Plantas Regaseificadoras, para facilitar o consumo de gás em fornos, motores e turbinas.

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